quarta-feira, 16 de maio de 2012

EU ETIQUETA

EU ETIQUETA

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
Carlos Drummond de Andrade

FAÇA UMA ANÁLISE CRÍTICA DESTE POEMA RELACIONANDO-O COM A CONTEMPORANEIDADE. 
(Público alvo: alunos do 2º ano do ensino médio regular da Escola Estadual Vila Rica)

14 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Gostaria que seu comentário fosse criação própria e não uma cola do site: Resenha do poema “Eu, etiqueta” de Carlos Drummond de Andrade ..realissimum.wordpress.com/.../resenha-do-poema-“eu-etiqueta”-de-c...

      trecho do site:O poema desta edição se chama: “Eu, etiqueta” de Carlos Drummond de Andrade, este aborda as necessidades que as pessoas têm da própria imagem, conseqüentes certamente da busca pela satisfação pessoal obtida perante e pelo olhar dos outros...

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  2. Na minha analise eu entendi que quando adquirimos uma peça de roupa de marca nós estamos servindo de ununcios ambulantes , por que estamos mostrando aquela marca pra todo mundo ver.
    Hoje em dia varias pessoas tem o habito de julgar pela aparência ,por exemplo: se uma pessoa esta mal vestida todos vão falar que ela é pobre , mas se uma pessoa esta bem vestida e com roupas de marca conhecida todos vão ver e falar que ela é rica por que esta usando roupa de marca .
    Conclusão hoje em dia você é o que você veste .
    FIM

    aluno: Luan Jardel 2º ano regular noturno

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  3. Análise Crítica do poema "Eu Etiqueta" do autor Carlos Drummond de Andrade:

    Inicialmente o poema revela integralmente os seres consumistas em que todos nós nos tornamos nesse meio contemporâneo. O autor por meio deste poema quer passar a imagem de propaganda onde o ser humano se encontra atualmente. As pessoas, com toda esse fase de consumismo vem criando um mundo diferente do que era acostumado a se ver antigamente, atualmente nós, seres humanos viemos a ser portadores de selos, marcas, propaganda sem mesmo nos darmos conta disso, anunciamos e vendemos um produto sem mesmo perceber, pois hoje em dia em cada peça usada, encontramos um nome, um logotipo ou até uma imagem, em que todos conhecem e se familiarizam. Assim nos tornamos out-Doors gratuitamente, levamos conosco a propaganda sem recebermos por isso, vendemos uma imagem sem nos darmos conta. E isso tem sido cada vez mais frequente pelo fato da aceleração do consumismo, onde todos se preocupam em comprar, comprar e comprar. Perdemos a oportunidade de mostrar quem somos realmente, e começamos a nos importar a ser o que temos.
    O ponto de vista atualmente está ligado ao que você TEM e não ao que você È. Por isso começa ser usada essa ideia de ter e não de ser. Então somos verdadeiras vitrines ambulantes e alienadas, pois ficamos fissurados em andar na moda, mesmo que essa moda não esteja de acordo com a nossa personalidade, ainda que isso não faça o nosso gosto, mas o importante para nós é estar na moda. Somos pessoas prontas para impulsionar essa sociedade do consumo, onde o importante é TER. O consumismo para sobreviver precisa sim da circulação de produtos, oq incentiva da publicidade para cada vez mais ser vendido.


    ALUNA: EVA KAROLINA GRIEBELER FERREIRA
    SÉRIE: 2° ANO "B" REGULAR NOTURNO
    PROFESSORA: SULA MARIA
    DISCIPLINA: PORTUGUÊS

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  4. EDUARDO 2° ANO DO ENSINO MÉDIO REGULAR DA ESCOLA ESTADUAL VILA RICA
    O poema “ EU ETIQUETA’ relata necessidades que pessoas tem da sua própria imagem, buscando satisfação obtida pelo olhar de outros. As propaganda tem um papel muito decisivo na forma estruturada da sociedade capitalista. A economia e o mercado,sobrevivem pela circulação de produtos que dependentes do incentivo publicitário.

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    1. gostaria que seu comentário fosse criação própria e não uma cola do site: Resenha do poema “Eu, etiqueta” de Carlos Drummond de Andrade ...realissimum.wordpress.com/.../resenha-do-poema-“eu-etiqueta”-de-c...
      trecho do site:O poema desta edição se chama: “Eu, etiqueta” de Carlos Drummond de Andrade, este aborda as necessidades que as pessoas têm da própria imagem, conseqüentes certamente da busca pela satisfação pessoal obtida perante e pelo olhar dos outros.

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  5. ARTHUR GONÇALVES 2° ANO DO ENSINO MÉDIO REGULAR ESCOLA ESTADUAL VILA RICA
    O poema relata de pessoas que tem sua própria imagem, buscando satisfação obtida pelo olhar de outras pessoas. A propaganda tem um papel muito importante na forma estruturada da sociedade capitalista, porque quando uma pessoa vê um produto de marca na internet ou em outra pessoa e acha bonito esta pessoa quer ir correndo comprar só por causa da marca que esta amostra.

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    1. gostaria que seu comentário fosse criação própria e não uma cola do site: Resenha do poema “Eu, etiqueta” de Carlos Drummond de Andrade ...realissimum.wordpress.com/.../resenha-do-poema-“eu-etiqueta”-de-c...
      trecho do site:O poema desta edição se chama: “Eu, etiqueta” de Carlos Drummond de Andrade, este aborda as necessidades que as pessoas têm da própria imagem, conseqüentes certamente da busca pela satisfação pessoal obtida perante e pelo olhar dos outros.

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  6. No mundo em que vivemos a sociedade está muito propagandista e cada vez mais convivendo com produtos de marcas.O principal em quase tudo que adquirimos ou usamos estamos fazendo uma proganda. Por todos os lugares em que fomos vimos propagandas tantos em anuncios de cartazes carros de sons jornais e até nas roupas etc e produtos que usamos no dia-a-dia sempre vestimos uma roupa com emblema de uma marca, estamos fazendo propaganda mesmo sem querer e sem receber nada por isso, como diz o poema somos um ser coisa, uma coisa ambulante que faz propaganda por onde passa.
    BY:
    Lorraine Silveira Silva

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  7. ANÁLISE CRÍTICA DO POEMA "EU ETIQUETA" DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE:

    Hoje estamos usando tudo o que podemos e conseguimos. Tudo o que está na moda estamos usando basta apenas olhar nas ruas durante um dia e veremos que tudo é muito parecido e ao mesmo tempo diferente. Ninguem quer ser igual a ninguem.
    Estamos nos tarnando homens anúncios, tudo o que usamos há uma marca, e estamos divulgando essa marca se perceber. E esse anúncio que se passa por despercebido está em toda parte, nas calças, nos sapatos, em joias, celulares, meias, copos, etc.
    Estamos perdendo de certa forma o nosso valor moral, dando lugar a forma materialista, onde o que importa é o valor material onde você se encontra. Ou seja, nós valemos o que nós vestimos, calçamos, usamos. E para adquirimos um lugar temos que pagar caro por isso, temos que comprar objetos, onde há sua própria propaganda.
    E é por isso que a cada dia que passa, essa sociedade contermporânea vem dando valor aos bens materiais, ao invés de dar valor á ética de algumas pessoas. Entao eu nao valho oque sou e sim o que eu uso. E isso pode se ver em toda a parte, na esscola, no trabalho, em todos os lugares.

    ALUNA: CAROL SANTOS BRITO
    SÉRIE: 2° ANO "B" REGULAR NOTURNO
    PROFESSORA SULA MARIA
    DISCIPLINA DE PORTUGUÊS

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  8. Me ajudem pergunta : o homem é um veículo de propaganda que tem liberdade de escolha

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  9. Acho.que.sim..também.temos.modelos.de.bicicleta.queros.se.amostra.com.uma.mais.binita.que.a.outra

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